domingo, 26 de junho de 2016

A inutilidade da perfeição

(a inutilidade da perfeição)
Fomos adultos antes do tempo. 
Ontem senti a tua falta. Mais uma vez a tua falta. Estava uma menina a brincar no jardim e eu quis dizer-te que podia muito bem ser a nossa. A menina que nunca tivemos. Se tivéssemos arriscado teria sido assim, tenho a certeza. Uma menina com a tua cara de anjo e essa cabeça linda. De mim herdaria a responsabilidade. Só espero que não herdasse o orgulho. O canalha do orgulho.
Há uma pessoa a mais num casal quando existe o orgulho a separá-lo. 
Podia ligar-te e dizer-te que sim. Que tinhas razão. Tinhas sempre razão. A dona da verdade. E tinhas. A verdade é que tinhas. E eu sempre neste braço de ferro em que ambos perdíamos. Em que ambos nos perdemos.
Há um casal que se dobra a cada braço de ferro que se faz. 
Podia falar-te das noites que nunca acabam. São sempre as noites, não é? De dia há pessoas, o emprego (a Joana da recepção fala todos os dias de ti, quer saber como estás e eu só lhe digo que estarás bem, estarás certamente bem, é pelo menos nisso que quero acreditar, ou se calhar não, se calhar quero acreditar que não estás bem como eu não estou bem, como se pode estar bem quando se chega a casa e tu não estás?), a luz ainda vai ajudando a tapar a sombra que ficou em mim, depois alguém conta uma piada, outra revela um segredo, e a vida vai andando. Que ironia, não é? Eu, que nunca quis ir andando, que sempre recusei o que todos os outros tinham (“ai de nós se caímos na rotina, quando isso acontecer mata-nos imediatamente, por favor”; e tu mataste, e tu mataste), a contentar-me com este mais ou menos feliz, este mais ou menos vivo. 
Há um menos a mais em cada mais ou menos que se vive. 
Mas depois chega a noite, como te dizia. A noite não passa. E estende-se. Ocupa-me. O médico deu-me umas drogas quaisquer para aguentar. E mesmo assim entras-me pelos sonhos, fecho os olhos e estás, abro-os e estás. Éramos tão felizes, não éramos? Resta-me continuar, apenas isso. Acreditar que um dia percebes que só nos faltou esquecer a maturidade. 
Há razão a mais quando um casal se esquece de por vezes perder a razão.
Fomos adultos antes do tempo, crianças armadas em sérias, meninos a brincar ao casamento. E o orgulho. Já te falei nele? Vou falar-te de novo. Vou explicar-to outra vez. Basta que me atendas o telefone. Só mais uma vez, vá. 
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in "Prometo Perder", de Pedro Chagas Freitas 






sexta-feira, 24 de junho de 2016

domingo, 12 de junho de 2016

We Don’t Always End Up With The Loves Of Our Lives (And That’s Okay)


I believe in Big Love.

I talk and I date like I don’t.

I don’t have frivolous expectations for romance. I’m not looking to get swept off my feet. I am one of those rare, perhaps slightly jaded individuals who actually likes hookup culture and is happy to live in an age in which monogamy is not necessarily the norm.

But I believe in big love because I’ve had it.

I’ve had that massive love. That all-consuming love. That ‘I can’t believe this exists in the physical realm of this planet’ kind of love.

The kind of love that erupts into an uncontrollable blaze an then simmers down to embers and burns quietly, comfortably, for years. The kind of love they write novels and symphonies about. The kind of love that teaches more than you thought you could ever learn, and gives back infinitely more than it takes.

It is the ‘Love of your life’ kind of love.

And believe it works like this:

If you’re lucky, you get to meet the love of your life. You get to be with them, to learn from them, to give the whole of yourself over to them and allow their influence to change you in unfathomable measures. It’s an experience like nothing else we have on this earth.

But here is what the fairytales won’t tell you – sometimes we meet the loves of our lives, but we do not get to keep them.

We do not get to marry them, to pass our years alongside them, to hold their hands on their deathbeds after a life lived well and together.

We do not always get to hold onto the loves of our lives, because in the real world, love doesn’t conquer all. It doesn’t resolve irreparable differences, it doesn’t triumph over illness and disease, it doesn’t bridge religious rifts or save us from ourselves when we’re corrupting.

We don’t always get to hold onto the loves of our lives because sometimes love is not all that there is. Sometimes you want a tiny country home with three kids and they want a bustling career in the city. Sometimes you have a whole, wide world to go explore and they are scared to venture out of their backyard. Sometimes you have bigger dreams than one another.

Sometimes the biggest, most loving move you can possibly make is to let each other go.

Other times you don’t get a choice.

But here’s another thing they won’t tell you about finding the love of your life: not ending up with them doesn’t disqualify their significance.

Some people can love you more in a year than others could love you in fifty. Some people can teach you more within a single day than others could teach you over the entire course of a lifetime.
Some people come into our lives only for a particular period of time, but make an impact that no one else can ever quite match or replace.

And who are we to call those people anything but the loves of our lives?

Who are we to downplay their significance, to rewrite their memories, to alter the ways in which they changed us for the better, simply because our paths diverged? Who are we to decide that we desperately need to replace them – to find a bigger, better, stronger, more passionate love that we can hold onto for a lifetime?

Maybe we just ought to be grateful that we got to meet these people at all. 

That we got to love them. That we got to learn from them. That we got to have our lives expand and flourish as a result of having known them.

Meeting and letting go of the love of your life doesn’t have to be your life’s single greatest tragedy.

If you let it, it can be your greatest blessing.

After all, some people never get to meet them at all.

(Fonte: http://thoughtcatalog.com/heidi-priebe/2016/06/we-dont-always-end-up-with-the-loves-of-our-lives-and-thats-okay/)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

"Só de mim"


O "Só de mim", conta a história de alguém que já teve tudo, e que só se apercebeu disso depois de perder. 
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"Tu não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és... e só preciso de um minuto da tua atenção.

Quero dizer-te que espero que saibas a sorte que tens. O quanto eu gostaria de estar na tua pele. Poder estar na mesma cama que ela todas as manhãs. Ajudá-la a acordar da má disposição matinal.

Espero que saibas que ela só vai falar contigo depois de lavar os dentes. Não é por mal... é por medo de perder o encanto aos teus olhos. Que a consideres um ser humano comum.
Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol, e que o café a deixa mal disposta.

Que escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior, só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã. Que o despertador toca cinquenta vezes até que se levante, e que mesmo assim, consegue chegar a horas.

Quero também que saibas que adora histórias do fantástico. Mas não de terror! Que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo, mas que não se vai esforçar para decorar à primeira os nomes de todos os teus amigos...
Porque ela... ela é que sabe de si. 

Tu nunca serás uma sorte para ela. Sorte é poderes tê-la na tua vida.
Sabes?
Ela não é romântica por natureza, mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo.

Ela não sabe cozinhar, mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido. E se estiver mau, vai rir-se do falhanço, em vez de corar.

E quando ela ri... eu tenho vontade de chorar. Não de tristeza, mas porque cada gargalhada é uma nota musical que toca ao coração e faz querer dançar.

Quero que saibas que ela é tudo o que quero e nunca soube que tive.

Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal! E que a falta dela é um vazio igual à morte.
Espero que sejas tudo o que eu nunca fui.
Espero que a trates bem.
Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre. 
Pudesse eu ter lido o futuro..."

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Um abraço apenas ...

Por vezes o pensamento transporta-nos para memórias passadas.

Por vezes dou comigo a pensar no dia em que tudo desabou... 

Não sei se algum dia vais ler estas palavras. Ou se leres, talvez não percebas que és o autor principal desta história. 

Gostava que percebesses o quanto te amei. Tinha grandes sonhos ao teu lado. Tinha grandiosos projectos para concretizar contigo. 

Dei-te uma segunda oportunidade, achei que tinhas mudado. 

Não sei se deste conta, mas nos teus piores momentos, eu estava lá ... eu estava ao teu lado. Pegava na tua mão... oferecia-te o meu ombro. O teu sofrimento, era o meu. Sabes porquê? Porque te amava.  Amava-te incondicionalmente, mas tu não percebeste. Ninguém dá uma segunda oportunidade se não amar verdadeiramente... 

Naquele dia de final de outono percorri algumas dezenas de quilometros para estar contigo. Neste dia precisava de um abraço  ... apenas isso... 

O abraço que procurei não se concretizou. Uma discussão por telefone criou esse muro. 

Por vezes questiono-me sobre o papel das tecnologias nos dias de hoje. Se por um lado, elas ajudam a quebrar distâncias, por outro lado, elas são fonte de mal entendidos. 

Ainda hoje me questiono. Será que não percebeste o meu pedido de ajuda por estares demasiado preocupado em motivar os milhares de seguidores que tens nas redes sociais espalhados por todo o mundo? Novamente o papel das tecnologias ... o apoio real e virtual ... a motivação real e virtual ... 

Eu estava à tua porta quando falámos pela última vez ... mas tu recusaste sair do teu mundo, da tua zona de conforto ... 

Depois disso, fechei-me no meu casulo...

Mas, por vezes as memórias insistem em voltar .... 




quinta-feira, 2 de junho de 2016

Photograph



Loving can hurt
Loving can hurt sometimes
But it's the only thing that I know
When it gets hard
You know it can get hard sometimes
It is the only thing that makes us feel alive

We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Our hearts were never broken
And time's forever frozen still

So you can keep me inside the pocket
Of your ripped jeans
Holding me close until our eyes meet
You won't ever be alone
Wait for me to come home

Loving can heal
Loving can mend your soul
And it's the only thing that I know
I swear it will get easier
Remember that with every piece of ya
And it's the only thing we take with us when we die

We keep this love in this photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Our hearts were never broken
Time's forever frozen still

So you can keep me inside the pocket
Of your ripped jeans
Holding me close until our eyes meet
You won't ever be alone
And if you hurt me that's okay baby
Only words bleed
Inside these pages you just hold me
And I won't ever let you go
Wait for me to come home
Wait for me to come home
Wait for me to come home
Wait for me to come home

So you could fit me
Inside the necklace you got
When you were sixteen
Next to your heartbeat where I should be
Keep it deep within your soul

And if you hurt me
Well, that's okay baby
Only words bleed
Inside these pages you just hold me
And I won't ever let you go

When I'm away
I will remember how you kissed me
Under the lamppost back on 6th street
Hearing you whisper through the phone
Wait for me to come home